23/02/2022 às 10h32min - Atualizada em 23/02/2022 às 10h32min

Polícia Civil deflagra operação “Custodire” em Água Clara

Ocorre que a vítima, no dia 18 de fevereiro deste ano, procurou a Delegacia de Polícia de Água Clara para narrar os fatos e pedir medidas de proteção, notadamente porque o agressor determinou a ela que transasse com uma pessoa que ele iria indicar, filmasse o ato e mandasse para ele, o que ela recusou.

Redação

Entre as datas de ontem e hoje, a Polícia Civil deflagrou a Operação Custodire, com intuito de proteger uma mulher vítima de diversas formas de violência doméstica por parte de um membro de facção criminosa preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande. O Caso teve início em Água Clara-MS.

Segundo consta, a vítima conheceu o agressor, através do Facebook, quando ele já estava preso na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, pelo crime de tráfico de drogas. Durante conversas por aplicativo, o agressor teria coagido a vítima a visitá-lo no presídio, o que já vem ocorrendo desde 2021.

 

 

Além disso, o agressor exigia o depósito regular de valores pela vítima em determinada conta, sob pena de morte. Para que as visitas continuassem, o agressor ameaça a vítima de causar mal injusto grave aos filhos dela, pois ele afirmava ser membro de uma facção criminosa.

Não obstante as ameaças, todas as vezes que ela decidia parar de visitá-lo, o agressor mandava membros da facção para ameaçá-la e constrangê-la, o que teria ocorrido por pelo menos três vezes.  Segundo a vítima: “uma vez reviraram a casa toda, outra vez quebraram os aparelhos de telefone celular dos meus filhos, quebraram os vidros de casa e colocaram uma arma na minha cabeça e me fizeram ficar de joelhos até que eu aceitasse ir para Campo Grande visitá-lo”, contou.

Ocorre que a vítima, no dia 18 de fevereiro deste ano, procurou a Delegacia de Polícia de Água Clara para narrar os fatos e pedir medidas de proteção, notadamente porque o agressor determinou a ela que transasse com uma pessoa que ele iria indicar, filmasse o ato e mandasse para ele, o que ela recusou. Segundo a vítima, o agressor teria ficado sabendo do envolvimento da Polícia no caso e, supostamente, mandou que integrantes da facção fossem até a casa dela e ateassem fogo, o que de fato ocorreu no dia 20 de fevereiro, por volta das 9 horas.

A vítima, então, foi abrigada provisoriamente na casa de um parente não identificado, contudo, o agressor descobriu o paradeiro dela e mandou que ela fosse levada até Campo Grande para, supostamente, ser “julgada” num “Tribunal do Crime”. Na data de ontem, homens desconhecidos, supostamente vinculados à facção criminosa, vieram até Água Clara e levaram a vítima e seus três filhos até Ribas do Rio Pardo, de onde iriam para Campo Grande.

Contudo, a equipe da Polícia Civil de Água Clara descobriu que a vítima estava sendo supostamente sequestrada e obteve a localização. Imediatamente, foi solicitado apoio da Delegacia de Polícia de Ribas do Rio Pardo, que conseguiu resgatar a vítima e seus três filhos, contudo não localizou os supostos sequestradores.

Na sequência, a família da vítima recebeu uma ameaça do agressor no sentido de que mais duas residências seriam incendiadas em Água Clara. Em razão disso, foi acionada a Polícia Militar, que prontamente passou a fazer a segurança dos endereços, inclusive com reforços de Três Lagoas.

Devido à gravidade dos fatos, a vítima e os três filhos foram transferidos para um abrigo sigiloso fora do estado. Na data de hoje, 23/02, com o apoio do Batalhão de CHOQUE (Polícia Militar), Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) e Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul (AGEPEN), foi realizada busca na cela do agressor, na Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande, onde foram encontrados 11 celulares e anotações referentes a crimes. Além disso, o agressor foi transferido para um local seguro, onde não terá qualquer contato com o mundo externo.

Houve representação da Polícia Civil pela prisão preventiva do agressor, que aguarda análise pelo Poder Judiciário, bem como as investigações continuam para identificar os coautores do incêndio e do sequestro.

O nome da operação, Custodire, que significa proteger em Latim, revela às vítimas de violência doméstica do Estado do Mato Grosso do Sul que não importa qual o tipo e nem de onde venham as ameaças, os aparatos de proteção à mulher, notadamente a Polícia Civil, estarão sempre a postos para servi-las e protegê-las


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