23/08/2022 às 07h48min - Atualizada em 23/08/2022 às 08h00min

‘Dentro e fora do júri eu fui vítima de calúnia e difamação’, diz viúva do delegado Ademir Melo

Em entrevista exclusiva à jornalista e apresentadora do Bom Dia Sergipe ela falou sobre a morte do marido, o julgamento e as acusações.

G1 MS
https://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2022/08/23/dentro-e-fora-do-juri-eu-fui-vitima-de-calunia-e-difamacao-diz-viuva-do-delegado-ademir-melo.ghtml

Em entrevista exclusiva à jornalista e apresentadora do Bom Dia Sergipe ela falou sobre a morte do marido, o julgamento e as acusações. viúva do delegado Ademir Melo e promotora de justiça Caroline Leão
Reprodução/TV Sergipe
A viúva do delegado Ademir Melo e promotora de justiça Caroline Leão falou, pela primeira vez, após a absolvição por um júri popular do acusado de efetuar os disparos contra o marido dela. Ademir foi assassinado a tiros em junho de 2016, próximo a residência do casal.
Em entrevista exclusiva à jornalista e apresentadora do Bom Dia Sergipe, Priscila Bittencourt, ela falou sobre o caso e as acusações que vem recebendo, após ter sido apontada por ter um suposto envolvimento com o mandante do crime.
No julgamento, o réu que havia confessado o crime depois voltou atrás, trouxe uma nova versão: disse que o autor foi um policial, que morreu pouco tempo depois do delegado Ademir, a mando de um outro delegado, não identificado, que teria um relacionamento com a viúva da vítima.
Priscila: por que só agora a senhora resolveu falar?
Caroline: "desde que tudo aconteceu eu não imaginei que esse processo fosse durar todo esse tempo, e fosse virar um monstro, parece um filme de drama. Quando eu percebi os ataques eu percebi que quanto mais eu me pronunciava mais a coisa se virava contra mim, e passei a me pronunciar através de meu advogado".
Priscila: você desconfiou do inquérito?
Caroline: "em momento algum eu suspeitei. Pessoas dizem publicamente dentro e fora do processo que eu insisto pra ser latrocínio. Eu com meu olhar técnico de pessoa que trabalha com processos criminais, olho e vejo que seja latrocínio. O crime de latrocínio não precisa haver a efetiva prática de alguma subtração de algum objeto da vítima".
Priscila: foi dito que foi crime de mando, a pedido de um delegado e que a senhora teria um relacionamento com ele, isso aconteceu?
Caroline: "isso é a mais absoluta mentira. inclusive, já conversei com meu advogado, dentro e fora do júri eu fui vítima de calúnia e difamação. Dentro do plenário eu fui atacada, eu estava com meu filho, minha mãe, pai… Somos todos família de Ademir. Nós enquanto família sofremos muito também. Não pudemos sofrer o nosso luto em paz”.
Priscila: foi dito também em depoimentos, que vocês passavam por uma crise, isso existiu?
Caroline: “nosso casamento foi muito harmônico, é mentira isso de que a gente não estava bem, quem convivia com a gente sabe que não é verdade. Eventual crise ou briga, é normal de qualquer casal. Nós tivemos mais de 20 anos juntos. A verdade é que eu vivia muito pouco com a família dele, porque nunca me senti acolhida”
Priscila: você já falou sobre a relação antes, mas e depois?
Caroline: “depois da morte, disseram que eu não procurei eles e é mentira. Eu que nunca recebi um telefonema. Quando eu tomei conhecimento que essas pessoas estavam querendo me imputar envolvimento no crime, eu me afastei”.
Priscila: Como a senhora vê esse julgamento?
Caroline: “eu temia por esse resultado. Porque eu via que o processo estava perdendo o foco, e pessoas vendo isso fora e dentro do processo. Eu nunca tive caso com delegado nenhum. Por que não fala quem é o delegado? Inclusive, eu quero saber. Me coloco à inteira disposição, meu número de telefone à disposição..Tudo o que existe são boatos, exceto a versão de uma pessoa envolvida com atividades criminosas, mesmo antes da morte de Ademir”.
Priscila: que medidas serão adotadas?
Caroline: posso falar em relação a mim. Dentro do processo já houve recurso e espero que haja novo julgamento. Quanto a mim estou amparada por um advogado do Ministério Público e estamos preparando as ações cíveis, sobre tudo o que foi dito a meu respeito.
Priscila: que desfecho você espera dessa história?
Carolina: é muito difícil dizer que eu me decepcionei com a Justiça dos homens. Eu sempre quis ser promotora de justiça. Imagino quantas pessoas não sejam acusadas de coisas que não fizeram. Hoje em dia o que eu mais desejo é que isso acabe, eu quero paz pra mim e minha família”.
Em nota, a família de Ademir Melo, representada pela irmã da vítima, negou que tenham feito acusações à Caroline Leão. Disse apenas que os fatos sobre o caso foram apresentados no Tribunal do júri. A família voltou a informar que não acredita na tese de latrocínio, apresentada pela polícia. Em vez disso, acredita que o crime tenha tido um mandante. Sobre o afastamento, a família informou que essa foi uma opção da viúva.

Fonte: https://g1.globo.com/se/sergipe/noticia/2022/08/23/dentro-e-fora-do-juri-eu-fui-vitima-de-calunia-e-difamacao-diz-viuva-do-delegado-ademir-melo.ghtml
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