27/05/2022 às 07h48min - Atualizada em 27/05/2022 às 08h00min

Réveillon na Avenida Paulista, confusão no colégio e passeios de jegue: familiares revelam histórias marcantes com Ivete Sangalo

Sobrinhos e primos contam histórias curiosas vividas ao lado da artista que completa 50 anos

G1 MS
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Familiares contam histórias curiosas vividas ao lado da artista que completa 50 anos Carnaval 2019: Ivete canta 'Ouvi Dizer' com Camila Nunes
Ivete canta 'Ouvi Dizer' com a sobrinha Camila Nunes no carnaval de Salvador
Ivete Sangalo é uma artista conhecida em todo o Brasil por arrastar multidões por onde passa, há quase 30 anos. Ela se destaca não somente pelo talento como cantora, apresentadora e atriz, mas também pelo jeito alegre e irreverente. Mas como a estrela se porta quando não está diante de câmeras, longe de palcos e trios?
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Na semana em que a famosa completa 50 anos de idade, que serão comemorados com um super em show em Juazeiro, onde ela nasceu, o g1 Bahia conversou com familiares que contaram histórias curiosas vividas fora nos bastidores da música.
Réveillon inesquecível na Avenida Paulista
A cantora e psicóloga Camila Nunes é filha de Mônica Sangalo, irmã de Ivete que também canta. "Inclusive, foi a minha mãe, que é 10 anos mais velha que minha tia, que colocou ela [Ivete] nas rodas de música", destaca.
Ivete e a sobrinha Camila
Arquivo pessoal
Camila afirma que cresceu em uma família musical e cantava desde criança em shows com Mônica. "Com minha tia eu cantava também, mas tudo na farra", lembra. Apesar da agenda lotada, a artista sempre fez questão de acompanhar de perto o crescimento dela e dos outros sobrinhos.
"Minha tia Ivetinha começou a carreira muito nova e conciliar a profissão com a família era um desafio, porque a indústria do entretenimento tem essa máscara de que é só festa. É uma delícia, mas é muita responsabilidade também. No início, eram mais de 20 shows por mês. Ela amava a correria, mas se virava para dar atenção às pessoas mais próximas".
Segundo Camila, a cantora a levava nas viagens, quando possível. Para ela, uma das mais inesquecíveis foi no Réveillon de 2000, em São Paulo. "A família toda foi para a Avenida Paulista passar a virada de ano no show da minha tia. Veio uma chuva forte e a gente ficou dançando na chuva mesmo, pulando, todo mundo junto".
Quando não era possível ter a companhia dos pequenos, tia Ivete levava lembranças que faziam a alegria da garota, como adesivos, canetas, estojos e itens de papelaria, que não eram vendidas em Salvador na época. "Imagine, a pessoa trabalhando loucamente, e ainda assim trazia mil coisas, lembrava da gente. Às vezes ela vinha com o saco maior que o do Papai Noel", diz, entre risos.
Ivete Sangalo com a sobrinha, Camila Nunes
Arquivo pessoal
Em 2016, Camila começou a cantar profissionalmente e, um ano depois, foi convidada por Ivete a entrar para a banda, como backing vocal. "Ela sempre me incentivou e diz que eu sou uma boa psicóloga, mas que sou uma ótima cantora e não posso negar minhas raízes".
Apesar da relação pessoal, Nunes garante que nas apresentações, a relação entre elas é profissional, contudo, o clima agradável predomina em qualquer ambiente que estejam. "A gente é muito comprometida com o trabalho. Só que, mesmo trabalhando, sempre tem resenha. No palco, a gente só se olha e se entende. E é assim com a banda toda, um entrosamento muito legal".
Camila Nunes canta com Ivete
Camila sempre conciliou a psicologia com a arte, todavia, esse ano precisou tomar uma difícil decisão. Ela recém saiu da banda de Ivete para fazer um mestrado presencial nos Estados Unidos. "Na pandemia, a gente ficou sem show e houve um aumento da demanda pelo meu tipo de serviço. Aí foquei mais nessa profissão e decidi fazer um mestrado", explica.
Camila viajaria para o exterior neste mês, mas o início das aulas foi adiado. Apesar da distância, ela acredita que a relação com Ivete não irá mudar.
"A gente tem essa pegada de Ivete Sangalo, artista, superstar, mas pra mim ela é Veveta, minha tia".
Ivete Sangalo e a sobrinha Camila Nunes, que também é cantora
Rafa Mattei
Presença de Ivete causou confusão na escola do sobrinho
Luca Sangalo Karaoglan é afilhado de Ivete. Ele lembra com carinho do dia em que tia apareceu de surpresa na escola infantil onde ele estudava, junto com a mãe, Carolina Sangalo, que é prima de Ivete. [Assista ao vídeo abaixo]
Sobrinho de Ivete Sangalo presta homenagem a artista
"Foi uma confusão no colégio. A galera saindo das salas, os professores, todo mundo, e eu sem entender o que estava acontecendo, porque eu só estava vendo lá a minha tia. Na época, não conseguia identificar o que estava acontecendo. Para mim, era só minha tia e ainda hoje é, só que agora tenho noção das coisas".
Atualmente, Luca estuda Direito, e detalha que tem incentivo de Ivete para seguir na carreira jurídica. Ela classifica Ivete como uma madrinha atenciosa e responsável. Foi ela quem o presenteou com o primeiro carro, quando ele completou 18 anos. "Ela é sensacional, nem tem muito o que falar. Ela é muito boa em todos os aspectos".
Ivete e Luca Sangalo, com o carro que ganhou de presente ao completar 18 anos
Arquivo pessoal
Sobrinhas conheceram Xuxa e Angélica no mesmo dia
Ivete também mantinha o costume de buscar outra pequena na escola, sempre que possível: Laís Sangalo, a primeira sobrinha da artista, que nasceu quando ela ainda nem era famosa.
A mãe de Laís, a personal organizer Fátima Belfort, conta que a filha sempre foi muito paparicada por Ivete. Quando Laís nasceu, em 1989, em Juazeiro, no norte da Bahia (também é a terra natal da tia), Ivetinha já estudava na capital baiana. "Aí ela pegava o ônibus de Salvador para Juazeiro na sexta à noite, ficava o fim de semana e voltava domingo à noite , só para ficar com Laís um pouco. Ela fez isso muitas vezes", detalha.
Ivete com a sua primeira sobrinha, Laís
Arquivo pessoal
Quando começou a cantar nos bares de Salvador, as visitas se tornaram menos frequentes. O sentimento, no entanto, jamais mudou. "Quando ela começou na Banda Eva, em 1993, me disse que a partir do momento em que ganhasse dinheiro, ia trazer Laís para Salvador, para ter mais convívio com a família paterna e para estudar". No início de 1998, Laís deixou Juazeiro para viver na capital.
"Ela dava um jeito de buscar Laís na escola, levava para almoçar, passar a tarde. E Camila [Nunes] também, eram as três mosqueteiras. Nessa época, ela já era famosa, tinha assédio, mas nada comparado a hoje".
Aos 17 anos, Laís foi embora para São Paulo, para estudar Publicidade e Propaganda. E a tia demonstrava preocupação de mãe, com o fato dela viver sozinha em uma grande cidade, sendo tão nova. Agora, sempre que vai na cidade, Ivete faz questão de matar a saudade da sobrinha. "Por mais lotada que esteja a agenda, Ivete tenta sempre um encontro. Laís é que, às vezes, não consegue, mas vai jantar, vai a shows e gravações sempre que possível", conta Fátima.
Ivete Sangalo com as sobrinhas Camila [à esquerda] e Laís [à direita], no programa da Xuxa
Arquivo pessoal
A última gravação de programa de televisão que Laís participou foi o The Masked Singer, apresentado por Ivete na Rede Globo. A primeira participação ela considera a mais especial, e tem espaço cativo no baú de memórias: o programa Xuxa Park, de Xuxa Meneghel, em 1995. Na época, Laís ainda morava no interior e foi para Salvador especialmente para viajar com a tia. "Foi emoção total na época", disse a publicitária.
"Minha tia já era amiga dela [Xuxa], não íntima, ainda. Mas fez questão de levar minha prima Camila e eu. A gente conheceu Angélica e Xuxa na mesma viagem para o Rio de Janeiro. Foi uma comoção!", detalha.
Angélica entre Camila e Laís, sobrinhas de Ivete Sangalo
Arquivo pessoal
Já na fase adulta, outro momento marcante, e mais recente, foi no casamento de Laís, quando Ivete cantou duas músicas para os noivos dançarem a valsa: Eu amo você, de Cassiano, e Cheiro de amor, de Maria Bethânia.
"Por mais que ela seja a tia mais ocupada e corrida, é 100% presente. Ela é muito participativa. Todo dia manda uma foto com as filhas e com Marcelinho, tem uma história nova para contar, está sempre promovendo uma viagem, um encontro, uma farra para juntar todo mundo".
Laís revela que todas as mães da família têm ciúmes de Ivete, "porque ela é mais do que tia para todos os sobrinhos e agregados, é uma tia-mãe". "Aí já viu né? Tudo é com ela: os segredos, os desabafos. Ela também desabafa e divide suas com a gente. É uma relação de cumplicidade, então, é muito bom".
Ivete Sangalo e as sobrinhas Camila, Laís (de preto) e Maria [à direita]
Arquivo pessoal
União com sobrinhos é herança dos pais
A empresária Patrícia Sangalo, prima de Ivete, afirma que o costume de reunir primos de todas as idades foi herdado dos pais, Maria Ivete Dias e Alsus Sangalo, além dos tios. "Os Sangalo eram, e ainda são, muito farristas. Juntou tia Ivete, que também era uma pessoa animada, aí se formou o cenário perfeito", afirma.
Ivete Sangalo com os pais e os irmãos
Arquivo pessoal
Conforme Patrícia, a arte já fazia parte da rotina da cantora, desde muito cedo. "Lembro de tia Ivete cantando fados lindíssimos. Ela tinha belos xales, perfumes, era uma mulher vaidosa, elegante e alegre. Tio Galo [Alsus] era irmão da minha mãe, e era o esteio da família. Ele era um excelente músico, era um trovador. Então cantar e tocar violão era algo que fazia parte das nossas vidas".
Patrícia recorda que a primeira vez que amanheceu o dia "na farra", na juventude, foi na casa do tio Alsus, onde viu o sol nascer na beira do rio São Francisco, no bairro Country Clube, em Juazeiro. Ivete, embora menor, estava presente com os irmãos mais velhos [ela é a caçula de seis].
"Nas férias, todo mundo estava sempre em Juazeiro. Tio Galo fazia questão disso, era muito agregador. Com Ivete eu andava de bicicleta, de skate, nadava no rio e 'cansava jegue'. Cansar jegue era montar e sair por aí, até achar outro. Na época, o bairro dela ainda era meio rural, então era fácil achar os animais. Éramos bem molecas".
Patrícia casou-se muito jovem, aos 17 anos. A cerimônia foi realizada em 1986, na Igreja dos Remédios, em Feira de Santana, a cerca de 100 km de Salvador, onde ela vive até hoje. Uma situação pitoresca aconteceu antes da celebração.
Casamento de Patrícia Sangalo, prima de Ivete; cantora aparece ao fundo, entre a mãe e a prima Carolina [ambas de azul]
Arquivo pessoal
"Meus primos vieram todos antes do casamento, porque a igreja estava em reforma. Para que Telinho [marido dela] e eu pudéssemos nos casar, todo mundo teve que se juntar para lavar tudo. E Ivetinha também ajudou, jogou duro", lembra.
Na ocasião, tocaram e cantaram no púlpito do templo os irmãos de Ivete, Ricardo e Mônica Sangalo. A então adolescente Ivetinha assistiu à celebração na primeira fila, entre a prima Carolina e a mãe.
Quando o primeiro dos dois filhos de Patrícia e Telinho nasceu, Isaac Neto, Ivete voltou a Feira de Santana para visitá-lo. "Ela me disse que era o primeiro bebê que tinha pegado no colo". Patrícia detalha que a cantora sempre ia para a cidade junto com a mãe, a fim de matar a saudade dos parentes. Com a fama, as visitas se tornaram menos frequentes, mas os laços permanecem firmes.
Na última quinta-feira (19), quando Ivete ganhou uma festa surpresa em Salvador, Patrícia lá estava com o marido. "Temos um carinho genuíno, mútuo. Esse sentimento se estende aos nossos filhos. Temos muita confiança uma na outra".
Patrícia ao lado de Ivete com a filha Marília e o marido Telinho, em Serra Preta
Arquivo pessoal
Cerca de 20 anos antes, quando já era muito conhecida, foi Ivete quem fez uma surpresa de aniversário para Patrícia, que completa idade nova no dia 23 de junho, véspera de São João - uma das festas favoritas de Veveta. A empresária estava na fazenda do sogro, em Serra Preta, a cerca de 150 quilômetros de Salvador, quando a prima famosa chegou.
Enquanto Ivete andava a cavalo pela roça para relaxar, a notícia da ilustre presença se espalhou pela cidade. Ao voltar, a celebridade se deparou com uma multidão. "Ela falou com todo mundo, enquanto era possível, porque chegou um momento que ficou impraticável. Aí ela foi para dentro de casa e só saía, para pedir, daquele jeito divertido dela, que o povo fosse embora, porque estava na casa dos outros e estava atrapalhando o aniversário da prima".
O pedido foi em vão. O povo continuou no local até a madrugada, esperando por um aceno da artista, que decidiu voltar para casa. "Eu fiquei sem aniversário e a 'coitada' da Ivetinha ficou sem São João na roça, que ela tanto ama, mas ficou tranquila, como sempre administrando tudo muito bem. São coisas da fama".
Pititinga no cardário na época de "vacas magras"
O dentista Márcio Dias Carvalho também é primo de Ivete, pela parte materna. As lembranças mais fortes que ele tem com ela são da fase da adolescência. "Eu sou mais velho, então a mãe dela só deixava sair à noite se fosse comigo. Íamos muito para o Trevo, uma boate que existia em Petrolina, e passávamos a noite toda dançando no meio do salão".
Márcio, primo de Ivete, com a cantora
Arquivo pessoal
"Ela tinha o sonho de sair no bloco de Netinho no carnaval de Salvador, só que não tinha dinheiro. Mas nem por isso ela deixava de sair".
Quando morava em Salvador, Ivetinha enfrentou dificuldades financeiras após a morte do pai. Márcio continuou ao lado dela, se divertindo como era possível. "No carnaval, a gente saía na pipoca. Não perdíamos Chiclete com Banana, Luiz Caldas e Margareth Menezes. Eu voltava exausto, mas Ivete sempre com a bateria carregada cheia de energia, vinha batucando no fundo do ônibus", recorda.
Márcio e Ivete Sangalo, no camarim de um show em Petrolina
Arquivo pessoal
O dentista lembra outro episódio do tempo das "vacas magras", que ocorreu em um barzinho do bairro da Pituba, que a dupla costumava frequentar. "A gente só podia pedir uma porção de pititinga e um refrigerante para dividir para dois, porque era o que o dinheiro dava. Aí um dia a gente pediu o cardápio e o garçom perguntou: 'Para que, se vocês só comem pititinga?', e a gente se acabou na risada".
Márcio acompanhou de perto o crescimento artístico de Ivete e até hoje tem convivência intensa com a família. Ele reconhece o talento dela, mas diz que "acima da artista está a prima Ivetinha, que é a pessoa mais bondosa do mundo".
"Eu não consigo nem ver Ivete como uma estrela. Claro que vejo a cantora brilhante que ela é quando está no palco. Mas é gente como a gente, uma pessoa simples, do bem. Ela se estressa, se chateia, sem jamais guardar rancor. Sempre traz uma mensagem positiva, porque tem muita fé. Pode ocorrer o que for, ela não perde o amor pelas pessoas e a fé".
Infográfico Ivete Sangalo
Arte/g1
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Fonte: https://g1.globo.com/ba/bahia/musica/noticia/2022/05/27/reveillon-na-avenida-paulista-confusao-no-colegio-e-passeios-de-jegue-familiares-revelam-historias-marcantes-com-ivete-sangalo.ghtml
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